mercredi 25 février 2009

a gaveta esquizo
um pouco de Deleuze
um pouco de Foucault
um pouco de Baudrillard
guattarri e outros mais
total ausência de gravidade
e nada nem ninguém fica de pé
um pouco kitsch um pouco cult
ou será o contrário
o kitsch é cult e o cult é kistch
nada mais over do q ser cult
demodée citar filósofos em conversas de botequim
seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
um poema do Baudelaire já q ninguém me ama e quer
a gaveta esquizo
o punk da periferia o lixo do luxo
a ausência de bom senso
de boas intenções ando cheio
não sou Dante para salvar beatriz
não sou Quixote lutando por dulcinéia
sou só um artista de rua
lançando malabares para platéia
mas convenhamos di caprio como rimbaud é demais
serve pra entreter donzelas virgens e castas
e fazer elas soltarem suspiros de emoções banais
e aqui nesta gaveta só cabe o infinito
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Ranhuras, falhas, frestas. O homem percebe, ele pode sentir. Ele a sente em cada passo. Ele a sente na pele. A cidade o olha e indaga – perguntas que ninguém consegue escutar e para as quais, talvez, não haja respostas. Casas, praças, edifícios, avenidas, becos – a cidade é feita de tempo e este presente não habita o homem. As memórias e os fantasmas nas janelas são o futuro. Não lhe é permitido atravessar a cidade, mesmo quando todos os sinais estão verdes. Quando isso acontece, a cidade o atravessa e desaparece.



Fragmento três

Pequenas estórias são contadas sobre ela. Umas dizem que ela é uma meretriz, outras dizem que ela é um homem de negócios. Há outras que falam de localizações e pessoas desaparecidas. Muitas delas se repetem com variantes locais ou temporais. Tais estórias dependem de quem as narra. Se quem as conta é um homem, uma mulher, um velho ou uma criança. As palavras soarão, ferirão e causarão júbilo de modos diversos. Às vezes chegam até nós na voz de um ancião cego e perdido nas memórias de um tempo a que não mais lhe permitido ver. Ninguém nunca saberá quem ela é, nem nunca a tocará na sua plenitude. Para ela não há promessas a serem cumpridas.
Esta é a estória da cidade, de uma cidade. Ou melhor, de muitas cidades e do que elas são feitas.Certamente não são feitas de chocolate, nem de queijo como a lua. Mas de que mesmo são feitas? Tudo começa de com uma interrogação. Ela chega da escola, tira os sapatos, as meias e tudo mais e vai deixando pela casa. O quarto dela é como o de toda criança: brinquedos, cama sempre desfeita e o estranho aviso “Está tudo arrumado. Não mexa em nada”. Ao chegar no quarto ela tenta achar uma resposta para a ? E lentamente vai fazendo uma cidade só de pés e pernas.
Quando alguém pergunta “para que ou por que uma cidade de pés e pernas?”. Ela responde “Ah! Você não consegue perceber o mistério que há nisso? E a pessoa mais baratinada ainda diz “Hum. Hum. Hum. Não.” Sem dar tempo ela emenda “é porque as pernas e os pés estão sempre buscando um lugar para ir. Eles estão sempre de mudança.”
poesia só para os deuses
a nós reles mortais
restam os homens-sanduíches
compro vendo ouro
precisa-se vendedor com experiência
vagas para moças de fino trato
aluga-se salas
contrata-se recepcionista
necessário boa aparência
operadora de telemarketing
liquidação total
toda loja em 12 vezes sem juros
50% desconto à vista
1 é cinco 3 é dez
promoções relâmpagos
somente hoje
entre e aproveite
xerox p&b 0,5 centavos

quanto custa pra se ver?
cinema eu você nós dois
já temos um passado e um polegar opositor

de q lado vc está?
como diz o velho guimarães mire olhe

e qual olhar modifica o meu? qual tela-cidade me significa?

uma câmera na mão uma idéia na cabeça
uma tempestade de idéias e só uma folha em branco

um tomate um polegar opositor lixo flores porcos massa encefálica
e td mais q nos habita.................................vc ainda acredita em arte?
filosofia? terapia de grupo? canção de ninar? história? teoria?

q fantasma habita o branco do olho? remember?

quando anoitece o sete-cabeças ronda a cidade
e toma porre num bar da avenida são João

recordações musicais imagens roteiros

o q o meu olho vê?
q acontecimento devora as minhas retinas fatigadas por miríades de imagens?

um símio arremessa ao espaço uma mudança

e quando vc aperta a tecla play td se põe em movimento td vai e volta
numa repetição infinita foucault delleuze benjamin

qm precisa de teoria?
nunca esquecer da velha academia
aquela senhora sexagenária q ainda nos provoca sensações úmidas.

meu humour não vai muito bem
oswald nicolas hilda riem de mãos dadas
qdo toda teoria desaba

lundi 16 juillet 2007

brazil

como sempre a mesma estória de sempre
o brasil não conhece o brasil
adriane galisteu entrevista tom ze
jô entrevista "jerrys presley"
o espaço aereo continua em crise (ou não?)
depende do ponto de vista
depende de quem fala
e quem sabe o morticeiro passe por aqui
e nos lembre que o mundo é um ótimo lugar pra se viver
ferlinghetti e sua verve otimista e os paradoxos nos olham de longe
os livros na estante e o mundo distante de nós
quem em sã consciência acredita que "um politico" vai dar um jeito na cidade da bahia?
o lado de dentro é sempre diverso do lado de fora
quem precisa de aumento teto lazer saude?
pela constituição(aquele livro que ninguém presta atenção,
só qdo for em beneficio proprio vem a tona)


é pra rir ou pra chorar?
que maravilha democratas na esplanada dos ministérios
passeiam de mãos dadas (com o passado que nao se apaga)
e brasilia ainda é uma ilha
news sem portas de saída sem bote salva-vida

que nicolas behr se salve


um abraço

mardi 29 mai 2007


entre o meu olho e o teu

vaza uma palavra

ou melhor

um silêncio

ou talvez ainda

o infinito

nada aqui finda

na minha boca e na tua

o céu é vermelho

fora de nós o céu é azul

e no oco dele

vazam estrelas

enquanto entre pernas braços pelos bocas pênis seios língua

vazam ecos de nós



já não sabemos dizer sim

mesmo assim dizemos

o corpo dança nu e entregue

o abismo das palavras

nomes sujeitos objetos preposições

indiretos ecos ocos

qualquer posição é melhor do que nenhuma

ninguém sabe o que dizer

quando chega o fim

não mais prosa não mais poesia

o sinal está verde e você não consegue atravessar até o outro lado

me diz por que

tudo é e não ao mesmo tempo?

paradoxalmente tudo vaza o cheio o vazio o negro o branco o corpo o astrolábio

e

você também quando mais te quero

mesmo sem saber

mesmo sabendo

tudo é



coité 26.03.04

vendredi 13 avril 2007


whitman, my captain
q ruas são essas?
ny tokyo paris sampa bagdá
quem nos revelará?
cidades ocultas

memórias fantasmas tristes
rua do bangala
largo da palma
castanheda
barroquinha
estação da lapa
valéria
periferia
centro

praias sujas
putas tristes
poetas ocos

em que ponto?
em qual porto?
passeia nossa alma?

jeudi 5 avril 2007

Wo,

uma vez vc disse
que o que conhecemos como amor
é uma caricatura do amor
outro dia vc disse
o fantasma habita o branco do olho
e o louco do Cabral
nos disse o que ouviu no hospício
de outro louco

o tempo é o grande cupim

e o eco disso tudo
soa hoje

quando quase mais nada faz sentido
sentir-se lúcido é doloroso

as mãos se desatam

as velhas canções
saio a noite sozinho nas ruas
purificar a tua pele do aço
as luas góticas
e o tempo rindo de tudo isso.



um abraço franco

vendredi 30 mars 2007

estou aqui meio barro bosta
como diria quamperius-chacal
poeta da linha seja heroi
seja marginal
discutindo estoria da existência humana
papos cabeça sobre a criação do homem
e como sou um cara futil
meus olhos preferem os comerciais de tv
do que o big bang ou o o dedo deus

cogito ergo sum

o latim sacado rápido
do poeta acefalo que caminha
pelas ruas da galáxia
a nossa urbis é nbytes
o tempo é outro
mas os labirintos existem
só nao sei se sou teseu
ou o minotauro
e já nao há mais fio de ariadne

vendredi 23 mars 2007

De volta o papo cabeça de sempre
sobre a paternidade da “tropicália” ocupa as revistas.
De quem é mesmo o filho?
É do hélio? É do augusto? É do osvald?
É do duprat? É do duarte? É do sganzerla?
É do medaglia? É do zé do caixão?
É do Caetano? É do Gil?
É do torquato? É do tom zé?
É do sérgio? É do arnaldo?
É do capinam? É do zé celso?
É do glauber? É do ivan?
E a mãe quem será?
Os dados estão lançados: rita lee, nara leão, gal costa ou lindonéia?

Façam suas apostas.
Os testes de d.n.a já estão em andamento.

samedi 17 mars 2007

wo,

as velhas canções de sempre
nao nao é uma estrada
nao tem sul nem norte nem paisagem
é uma viagem é pluft é pluft
é ferro na boneca
é no gogo nenem
é nem td está perdido

evangelização musical

quem canta acompanha esse trecho é beatriz
pra nos fazer feliz
sonoridadde 70 o velho caldeirão musical
o brasil nao conhece o brasil
s.o.s s.o.s
q a boa musica nos salve do tédio
é melhor morrer de vodca
ler pecora falando da nova literatura brasileira
é pra rir tudo bem
comentário griffo meu os novos já nasceram velhos
transgressores no máximo do sinal vermelho
q canone é esse?

que canone é esse ?

fica pra amanhã.

um abraço

jeudi 8 mars 2007

bric-a-brac
collage
parodia
pastiche

amnésia pra tudo isso

compagnon
Deleuze
Eagleton
Barthes
Foucault

Amnésia pra tudo isso

Kitsch
Cult
Estética do “ó”
semiótica
Pré-pós
A favor-e-contra

Amnésia pra tudo isso

identidade
hibrido
alteridade
gênero
esquizo

amnésia pra tudo isso

mardi 20 février 2007

wo,

as fotos já estou vendo
estes dias estou meio esquizo
tenho aberto pouco a gaveta
quando isso acontece
salta fora a cabeça de glauber
ou será a do walter franco
sussurro gritando
cuidado q ela pode explodir
ou nao?
dias de celebração a baco e a dionisio
sao tediantes
como vc sabe "o ano só começa depois do carnaval"
a programação televisiva é a mesma de sempre
nestes dias momescos bundas peitos
baterias e trios elétricos
como carnaval é uma festa esquizo
este ano tem a presença de quincy jones
será que vai se repetir o mico bono vox
cantar em duo com ivete "chupa toda"
coisas do momo
diversão pra alguns tédio pra outros
e muita porrada da policia
nos foliões delituosos
e chacrinha no enredo
vocês querem bacalhau?
este é o fado do brasileiro
alegria muita
pão pouco
e bocas desdentadas
rindo e comemorando
o que mesmo?

um abraço
paris salvador rio new york tokyo
o q sei das cidades?
quem sou eu nas cidades?
que máscara me revela?
por qual rua caminho?
torre eiffel corcovado elevador lacerda
qual cidade habita em mim?
que cartão-postal cabe minha solidão?
e a maga - ainda caminha pelas ruas de paris?
os pregões de caymmi ainda ecoam nas paredes do pelourinho?
quem ouvirá minha voz?

lundi 19 février 2007

Hemingway não me lembro bem disse paris é uma festa?
E é verdade? Ou é só macumba pra turistas?
Life lies concretismo velho nas fachadas dos edifícios
A vida voa a vida mente
Uma borboleta capturada no alfinete
On the road no papel é só verborragia ou alguém se desmanchando?
Dionísio levanta um brinde as velhas amizades
Toda arte é kamikaze e nunca acerta o alvo
Quem está além da curva na outra esquina?
Luzes da cidade é um disco de mautner
E os sapos ainda desafinam o coro dos contentes(??!!!)
Será q ainda existe alguém assim? Um homem feliz?

Nas curvas de Juliana Paes o pais do futuro derrapa
E esquece suas dores seus partos suas fomes

Só a arte nos salva de morrer de verdade
E salve os velhos amigos

Um abraço
tom zé canta “mamãe eu quero mamar no mundo”
no cd nave Maria
e a musica o cinema as artes em geral carecem de identificação
os estudos pós-modernos não existem
estou cheio do discurso da restauração
identidade raça gêneros autoria feminina cidades
abaixo todas as restaurações
o pós-moderno não existe
no máximo a modernidade ficou pop
no último abralic
os trabalhos apresentados foram embasados na teoria da literatura
e pra que serve isso?
Silviano Santiago diz q chegou até a literatura através do cinema
Certamente Fellini Godard bergman
E que quando foi fazer pós mestrado doutorado
Já tinha lido tudo e todos

Ah, a carne é triste e eu já li todos os livros

Deja vu as os fatos se sucedem
Me aproximei da literatura via música e hqs
O q dá no mesmo
Cultura de entretenimento
Abaixo as definições alta baixa cultura
Roda mundo roda moinho roda peão
O filme em questão é cabra-cega
Poucos recursos cenários atores
Trama bem amarrada
Maior parte das tomadas um revolucionário
Dentro de um apartamento
Pouco contato com o mundo exterior
E o saque genial toda cena de liberdade e repressão
Dos anos difíceis e de chumbo de ditadura e censura
Como diria a filosofia: que é isso?
Como é mesmo o nome disso?

jeudi 15 février 2007

O nome dado a esta cidade é o de cidade das chaves. Este paradoxo é que a mantém de pé e que desafia todo aquele que se atreve a caminhar por suas ruas. Você pode caminhar durante horas, dias, meses e até por toda eternidade e não encontrará nenhuma chave, nem nenhum vestígio de alguma coisa que se aproxime. Nem mesmo na memória dos seus habitantes existe registro desse objeto que nomeia a cidade.Em algumas caminhadas, quando duas pessoas se cumprimentam, esboçam um sorriso ou apertam as mãos, podemos perceber uma forma diáfana próxima a elas, tal forma dura muito pouco e é neste instante que portas se fecham e se abrem.

mercredi 14 février 2007

berceuse pour joao

lendo o caderno rosa de lori lamby
o prefacio de pecora é muito bom

o texto de hilda é genial

no momento da criação como o proprio personagem
comenta era preciso escrever

um livro "bananeira ou um pouco de bandalheira"

obsceno nao lori

obsceno é a literatura pulp ficition
descartavel tipo p c

e outros venderem milhoes

obsceno é joão ser arrastado pelas ruas do rio
até a morte

mardi 13 février 2007

e nenhuma mulher me ama mais
todos meus amigos partiram
os aeroportos estão cheios de espera
as pêras apodrecem na fruteira

e o muro caiu
as torres caíram
os abismos estão abertos
o último casal morreu de lirismo

e não há mais fronteiras
os olhos estão cheios de tédio
nenhuma flor quebra o asfalto
homens concretos se fecham

já não há mais asas.

Água fria – 13.09.2006

a gaveta de esquizo

Wo,

estou numa semana confusa
pelo menos musical e literária
belchior se mistura com tom zé
hilda hilst se mistura com rogério duprat
e vou me divertindo
com doses de dor e prazer
sadomasoch como todos humanos
que jogam bombas no quintal do vizinho

depois de meu mundo caiu
depois de meu refrigerador não funciona

que tal minha conexão caiu

se cair na rede é peixe
se balançar a rede é gol
se conectar é sabe-se lá o que

delete o q não diz nada

todo escritor brasileiro é um complexado
Por achar que é dante homero goethe baudelaire pessoa drummond

como diria hilda nada se compara a uma gaveta esquizo
deleuze foucault e outros
nada fica de pé tudo rola

alguns amigos me acusam de diluidor
belle lettre
borges me ensinou que a literatura deve nos trazer felicidade
barthes etimologicamente viu saber/sabor

as palavras devem ter tempero e seduzir o leitor
pelo cheiro sabor ou com soco na boca do estômago
Te pegar de jeito e te colocar dentro do poema estória

me encontro com dicinho na ldm
vou até a estante
leio a contracapa de um livro bonito
a maior revelação da poesia
ousado e inovador
não pergunte o nome do autor que já esqueci
retirei o plástico e li em pé
durou dez minutos
programação visual legal
o lema é um computador + programação visual e
o resultado é poesia ou quase.

o cara fez a lição antropofágica-concreta
poemas escritos pelos campos-décio-arnaldo
e outros surgem aqui e ali
não como referências nem apropriação
mas como mero blá-blá-blá repetitivo
só com uma roupagem diferente

belchior
belo belo belo é bobagem
bala bala bala é embalagem

o romantismo se diluiu no amor i love you
o concretismo é só açúcar
na bala-embalagem que se descarta

dos concretos augusto ainda respira
meu coração não cabe em minha cabeça
minha cabeça começa em meu coração

salve o compositor popular
caymmi monsueto lupicinico
ah esses moços
só sei q nada sei

que o sarcasmo de Hilda nos salve

um abraço